sexta-feira, 29 de julho de 2011

VOCÊ AMA SEU CÔNJUGE?

Colossenses 3.19; Tito 2.3-4
O marido deve amar a esposa e vice-versa: Cl 3.19; Tt 2.3-4
No sentido bíblico, amor é a decisão de querer o bem e se esforçar para, dentro do possível, realizar esse bem.
Isso tudo, se o outro merecer. Certo? Errado! É independente do mérito do outro.
Se não fosse assim, todos nós crentes ainda estaríamos condenados ao inferno, pois Cristo não teria morrido por nós.

Muitas pessoas casadas confundem amor com simpatia. Se a relação desgastou-se e a simpatia ficou pouca, conclui que o amor acabou e o casamento está liquidado. Engano. O amor acaba se a pessoa quiser que acabe. Amar é, antes de tudo, DECISÃO.
Então o amor no casamento é uma decisão que fica a critério de cada cônjuge tomar ou não, certo? Errado novamente! Cada casado tem o DEVER de amar o cônjuge.

E DE ONDE VEM esse dever? Antes de tudo, porque Deus mandou, conforme já lemos.
Detalhe: Deus não mandou amar apenas o cônjuge, mas ao próximo em geral, inclusive os inimigos: Mt 5.43-44

Além disso, quanto a essa questão do DEVER, convém lembrar:
1) Você tem um contrato seríssimo com o seu cônjuge - feito no altar, diante da noiva, do ministro, dos presentes, e, especialmente diante do próprio Deus! E você mesmo disse que esse contrato incluía você amar o cônjuge “até que a morte nos separe”.
E você não acha que é um dever cumprir os seus contratos?

2) Na criação dos filhos, que é um DEVER básico, o amor entre os pais é fundamental.

3) Seu casamento precisa refletir o relacionamento Cristo-Igreja (Ef 5.22-33).

- Tudo bem, entendi que é meu dever amar meu cônjuge. Mas por que é tão difícil?
Entre muitos motivos, citarei TRÊS:
a) Mesmo crentes, ainda somos egoístas, queremos o melhor para nós.
b) Tendemos a tratar como somos tratados. “Ele grita comigo? Eu grito com ele!”
c) Somos míopes e ainda não compreendemos o valor de um bom casamento.

Se ao menos essas falhas fossem corrigidas, seu casamento seria bem melhor. Ou seja:
* Se você deixasse de olhar tanto para você e se preocupasse mais com o seu cônjuge;
* Se você jogasse no lixo o princípio do “bateu, levou”
* Se você se convencesse profundamente de que a sua vida, a do seu cônjuge e a dos seus filhos seria muito melhor se você amasse mais o seu cônjuge.

Muito bem, agora é só cada um decidir amar seu cônjuge e tudo estará resolvido. Certo? Não é bem assim.
Por mais que amar seja uma decisão nossa, não temos capacidade de amar, ou seja, por nossos próprios meios não conseguimos amar como gostaríamos, mesmo tendo decidido. O amor vem de Deus.
E o que fazer? Depender de Quem nos capacita: o Espírito Santo: Rm 5.5

Mesmo assim, observe como muita coisa depende de você.
Acabe com essa mania de dizer que o seu casamento não é melhor por culpa do outro, que deveria lhe amar mais.

Que Deus nos abençoe.

terça-feira, 5 de julho de 2011

AS ALIANÇAS DE DEUS!

As Alianças de Deus

Aliança significa pacto, acordo, ajuste, concerto. Teologicamente, diz respeito a concerto entre Deus e o seu povo. O Antigo Testamento é chamado Antiga Aliança, e o Novo Testamento, Nova Aliança. O nosso Deus é Deus de alianças. Através delas, Ele, pelo seu imenso amor, nos dá a garantia de muitas bênçãos, se houver fé e obediência. A iniciativa do concerto sempre foi de Deus, que estabelece as condições. Vejamos:

CONCERTO COM ADÃO - A primeira aliança Deus fez com Adão e Eva – aliança adâmica ou edênica - no Éden: deu-lhes a Terra e pleno domínio sobre os animais; deu-lhes fartura de alimento, abençoou-os e disse-lhes que deveriam frutificar e multiplicar. Mas estabeleceu condições: Não deveriam comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se comessem da árvore proibida, morreriam. Desobedeceram, quebraram a aliança, e experimentaram imediatamente a morte moral e espiritual, e, depois, a morte física. Convém lembrar que em todos os concertos há promessas de bênçãos, mas há a contrapartida da fé e fiel obediência. (Gn 1.27-30; 2.16-17; 3.2-20).

CONCERTO COM NOÉ - Após o dilúvio, do qual se salvaram Noé e sua família, num total de oito pessoas (Gn 7.13), Deus falou: "Convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra". Como sinal perpétuo dessa aliança Deus deixou o arco sobre as nuvens (Gn 9.11-17). Chamada aliança noética.

CONCERTO COM ABRAÃO - O concerto entre Deus e Abraão - aliança abraâmica - foi chamado "concerto perpétuo", porque extensivo às gerações vindouras e já apontando para o Reino Eterno de Cristo (Gn 17.7). Como parte da aliança Deus prometeu fazer de Abraão uma grande nação, e abençoar todas as famílias da terra através dele (Gn 12.2-3); dar a terra de Canaã aos seus descendentes, que seriam grandemente multiplicados: "E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti" (Gn 12.7,15; 13.16; 15.5; 17.2,6,7,8,9). O concerto foi feito com Abrão, nome mudado por Deus para Abraão (pai da multidão) (Gn 17.39). Como parte da aliança, Abraão deveria circuncidar todos os machos, filhos e servos sob sua autoridade, como selo do concerto, e de aceitação de Deus como Senhor (Gn 17.10-14, 23). Deus prometeu estender a aliança a Isaque, o filho da promessa que iria nascer (Gn 17.16,19).

CONCERTO COM ISAQUE - Os termos da aliança foram renovados em Isaque: "Serei contigo e te abençoarei... multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas as terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra. Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo" (Gn 26.2-5,24).

CONCERTO COM JACÓ - "Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado te darei a ti e à tua semente. E tua semente será como o pó da terra... e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 28.13-14). As alianças de Deus com seu povo provam que Ele é fiel à sua palavra. Para recebermos as bênçãos prometidas, fé e obediência são indispensáveis.

CONCERTO COM OS ISRAELITAS - Passados uns três meses da saída do Egito, Deus falou ao seu povo através de Moisés, ao sopé do monte Sinal (Horebe), para, basicamente, renovar e relembrar os termos do concerto com Abraão, Isaque e Jacó: a) a terra de Canaã seria deles; b) Deus seria o único Deus de Israel; o povo assumiria o compromisso de guardar suas leis e mandamentos; c) seriam castigados em caso de desobediência (Êx 6.3-8; 19.4-6; 23.20-25). Uma promessa que deve ser guardada no coração: "Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos...vós me sereis reino sacerdotal e nação santa" (Êx 19.5-6). O povo aceitou: "Tudo o que o Senhor falou, faremos" (Êx 24.3). Deus requer de nós o firme propósito de acatarmos os termos de sua aliança. As leis que deveriam ser obedecidas eram a lei moral (aqui incluídos os Dez Mandamentos), a lei civil, a lei cerimonial.

RENOVAÇÃO DA ALIANÇA NAS PLANÍCIES DE MOABE - Antes da entrada na terra prometida, e após percorrerem o deserto durante 39 anos, os termos do concerto foram relembrados. A finalidade era de dar conhecimento das promessas divinas aos que nasceram durante a peregrinação, e fortalecer espiritualmente o povo para enfrentar o desafio conquistar a nova terra (Dt 4.44-26.19; 31.1-33.29). Os capítulos 27 e 28 tratam das maldições e das bênçãos decorrentes da rebeldia ou da obediência.

CONCERTO COM DAVI - O resultado mais imediato da aliança davídica foi o estabelecimento do reino do filho de Davi, Salomão, que deveria edificar um templo para o Senhor (2 Sm 7.11-13); o reinado de Davi passaria aos seus descendentes: "Fiz aliança com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração" (Salmos 89.3-4). A condição para o cumprimento dessas bênçãos seria a fiel obediência de Davi e de seus descendentes. A vinda de um Rei messiânico e eterno, da linhagem de Davi, estava implícito nesse concerto (Isaías 9.6-7). "Do trono de Jessé brotará um rebento, e das suas raízes um renovo frutificará (Is 11.1; Mq 5.2-4). Esse novo Rei seria chamado "O SENHOR, Justiça Nossa" (Jr 23.5-6).

A NOVA E ETERNA ALIANÇA EM CRISTO - A promessa de uma nova aliança está em Jeremias 31.31-33: "Vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá... porei a minha lei no seu interior, e as escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo." A nova aliança foi selada com o sangue de Jesus, com seu sacrifício voluntário, com sua morte expiatória: "Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão de pecados" (Mt 26.28). A nova aliança é superior à antiga: "Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de UM MELHOR CONCERTO, que está confirmado em melhores promessas" (Hb 8.6). E as melhores promessas são: os que se arrependem têm seus pecados totalmente perdoados (Hb 8.12); um novo coração e uma nova natureza recebem aqueles que verdadeiramente amam e obedecem a Deus (Ez 11.19-20); são recebidos como filhos de Deus (Rm 8.15-16); têm experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2.28; At 1.5,8).

Como vimos, de aliança em aliança Deus prosseguiu na execução do seu plano de salvação dos homens, sempre oferecendo novas oportunidades. A primeira manifestação desse plano está em Gênesis 3.15: "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Para isso, "Deus mandou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16). Já não é mais necessário sacrifício de animais para reparar nossas culpas, como no antigo concerto. O sangue do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" manifestou-se por um ato único, perfeito e eficaz; o sacrifício voluntário de Jesus Cristo abriu o caminho da reconciliação do pecador com Deus.

Pr. Ederson Pereira e Pr. Schaiano de Freitas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

JOHN WESLEY UM DOS MAIORES PREGADORES DA HISTÓRIA E SEU EXEMPLO!

O que Wesley Praticou e Pregou sobre o Dinheiro?

Charles Edward White


John Wesley pregou muitas vezes sobre o uso do dinheiro. Possuindo provavelmente o maior salário já recebido na Inglaterra, ele teve oportunidades de colocar suas idéias em prática. O que ele disse a respeito do dinheiro? E o que fez com o próprio dinheiro?
John Wesley experimentou uma pobreza opressiva quando criança. Seu pai, Samuel Wesley, era pastor anglicano numa das paróquias que pagavam os menores salários do país. Ele tinha nove filhos para sustentar e raramente ficava sem dívidas. Uma vez John viu seu pai sendo levado para a prisão dos devedores. Portanto, quando seguiu seu pai no ministério, não tinha ilusão alguma acerca das recompensas financeiras.
É provável que tenha sido uma surpresa para John Wesley que, embora Deus o houvesse chamado para mesma vocação de seu pai, não o havia chamado para ser tão pobre quanto ele. Em vez de ser pastor numa paróquia, John sentiu a direção de Deus para ensinar na Universidade de Oxford. Lá, ele foi escolhido para ser membro do conselho do Lincoln College. Sua posição lhe garantia pelo menos trinta libras por ano, mais do que o suficiente para um rapaz solteiro viver. John parecia desfrutar de sua relativa prosperidade. Gastou seu dinheiro em jogos de cartas, tabaco e conhaque.
Enquanto estava em Oxford, um incidente transformou sua perspectiva acerca do dinheiro. Ele havia acabado de comprar alguns quadros para colocar em seu quarto, quando uma das camareiras chegou à sua porta. Era um dia frio de inverno, e ele notou que ela não tinha nada para se proteger, exceto uma capa de linho. Ele enfiou a mão no bolso para dar-lhe algum dinheiro para comprar um casaco, mas percebeu que havia sobrado bem pouco. Imediatamente, ficou perplexo com o pensamento de que Deus não havia se agradado pela forma como havia gasto seu dinheiro. Ele perguntou a si mesmo: O mestre me dirá “Muito bem servo bom e fiel”? Tu adornaste as paredes com o dinheiro que poderia ter protegido essa pobre criatura do frio! Ó justiça! Ó misericórdia! Esses quadros não são o sangue dessa pobre empregada?
O que Wesley fez?
Talvez, como resultado desse incidente, em 1731, Wesley começou a limitar seus gastos para que pudesse ter mais dinheiro para dar aos pobres. Ele registrou que, em determinado ano, sua renda fora de 30 libras, suas despesas, 28, assim, tivera duas libras para dar. No ano seguinte, sua renda dobrou, mas ele continuou administrando seus gastos para viver com 28, desse modo, restaram-lhe 32 libras para dar aos pobres. No terceiro ano, sua renda saltou para 90 libras. Em vez de deixar suas despesas crescerem juntamente com sua renda, ele as manteve em 28 e doou 62 libras. No quarto ano, recebeu 120 libras. Do mesmo modo que antes, suas despesas se mantiveram em 28 libras e, assim, suas doações subiram para 92.
Wesley sentia que o crente não deveria simplesmente dar o dízimo, mas dar toda sua renda excedente, uma vez que já tivesse suprido a família e os credores. Ele cria que com o crescimento da renda, o que deveria aumentar não era o padrão de vida, mas sim o padrão de doações.
Essa prática começou em Oxford e continuou por toda a sua vida. Mesmo quando sua renda ultrapassou mil libras esterlinas, ele viveu de modo simples, doando rapidamente seu dinheiro excedente. Houve um ano em que seu salário superou 1400 libras. Ele viveu com 30 e doou aproximadamente 1400. Por não ter uma família para cuidar, não precisava poupar. Ele tinha medo de acumular tesouros na terra, portanto, seu dinheiro ia para as obras de caridade assim que chegava às suas mãos. Ele registrou que nunca permaneceu com 100 libras.
Wesley limitava suas despesas, não adquirindo coisas que eram tidas como essenciais para um homem de sua posição. Em 1776, os fiscais de impostos inspecionaram suas restituições e lhe escreveram a seguinte sentença: “Não temos dúvidas de que o senhor possui algumas baixelas de prata para cada item que o senhor não declarou até agora”. Eles queriam dizer que um homem proeminente como ele, certamente possuía alguns pratos de prata em sua casa, e o acusavam de sonegação. Wesley lhes respondeu: “Tenho duas colheres de prata em Londres e duas em Bristol. Essa é toda a prata que possuo no momento e não comprarei mais prata alguma, visto que muitos ao meu redor almejam por pão”.
A outra forma pela qual Wesley limitava seus gastos era identificando-se com os pobres. Ele pregava que os crentes deveriam se considerar como membros dos pobres, a quem Deus havia dado dinheiro para ajudá-los. Portanto, ele vivia e comia com os pobres. Sob a liderança de Wesley, a igreja Metodista de Londres estabeleceu dois abrigos para viúvas na cidade. Elas eram sustentadas pelas ofertas recolhidas nos encontros e nas celebrações da Ceia do Senhor. Em 1748, nove viúvas, uma mulher cega e duas crianças viviam ali. Juntamente com elas, vivia John Wesley e outro pregador metodista que se encontrava na cidade naquela ocasião. Wesley se alegrava em comer da mesma comida que elas, à mesma mesa, antevendo o banquete celestial que todos os crentes compartilharão.
Durante quatro anos, a dieta de Wesley consistia principalmente em batatas, em partes para melhorar sua saúde, mas também para economizar dinheiro. Ele dizia: “Aquilo que eu guardo para comprar carne pode alimentar alguém que não possui comida alguma”. Em 1744, Wesley escreveu: “Quando eu morrer, se eu deixar dez libras para trás... você e toda a humanidade poderão testemunhar contra mim, dizendo que tenho vivido e morrido como um ladrão e salteador”. Quando ele morreu em 1791, o único dinheiro que estava em sua posse eram algumas moedas, encontradas em seus bolsos e em sua gaveta de roupas.
O que havia acontecido ao restante do dinheiro que ele ganhara em toda a sua vida, uma quantia estimada em trinta mil libras?[i] Ele o havia doado. Como Wesley havia dito: “Não poderei evitar deixar meus livros para trás quando Deus me chamar, porém minhas próprias mãos executarão a doação de todas as demais coisas”.
O que Wesley Pregou?
O ensino de Wesley sobre o dinheiro oferece diretrizes simples e práticas para qualquer cristão.
A primeira regra de Wesley acerca do dinheiro era “Ganhe o máximo que puder”. Apesar de seu potencial para o mau uso, o dinheiro em si é algo bom. O bem que ele pode fazer é infinito: “Nas mãos dos filhos de Deus, ele é comida para os famintos, água para os sedentos, roupas para os que estão descobertos. Ele dá ao viajante e ao estrangeiro um lugar onde pousar a cabeça. Por meio dele, podemos manter a viúva, no lugar de seu marido, e aos órfãos, no lugar de seu pai. Podemos ser uma defesa para os oprimidos, levar saúde aos doentes e alívio aos que têm dor. Ele pode ser como olhos para o cego, como pés para o coxo e como o socorro para livrar alguém dos portões da morte”!
Wesley acrescenta que ao ganhar o máximo que podem, os crentes devem ser cuidadosos para não prejudicar sua própria alma, mente e corpo ou a alma, mente e corpo de quem quer seja. Desse modo, ele proibiu o ganho de dinheiro em empresas que poluem o meio ambiente ou causam danos aos trabalhadores.
A segunda regra de Wesley para o uso correto do dinheiro era “Poupe o máximo que puder”. Ele insistiu para que seus ouvintes não gastassem dinheiro somente para satisfazer a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Ele clamava contra comidas caras, roupas luxuosas e móveis elegantes. “Cortem todas essas despesas! Desprezem as iguarias e a variedade, e estejam contentes com o que a simples natureza requer”.
Wesley tinha duas razões para dizer aos crentes para comprarem somente o necessário. Uma era óbvia: para que não desperdiçassem dinheiro. A segunda era para que seus desejos não aumentassem. O antigo pregador destacou sabiamente que, quando as pessoas gastam dinheiro em coisas que, de fato, não precisam, elas começam a desejar mais coisas das quais não precisam. Em vez de satisfazerem aos seus desejos, elas apenas os fazem aumentar: “Quem dependeria de qualquer coisa para satisfazer esses desejos, se considerasse que satisfazê-los é o mesmo que fazê-los crescer? Nada é mais verdadeiro do que isto: A experiência diária demonstra que quanto mais os satisfazemos, mais eles aumentam”.
Wesley advertiu principalmente sobre a questão de comprarmos muitas coisas para os filhos. Pessoas que raramente gastam dinheiro consigo mesmas podem ser bem mais indulgentes com seus filhos. Ao ensinar o princípio de que gratificar um desejo desnecessariamente tende a intensificá-lo, ele perguntou a esses pais bem-intencionados: “Por que você compraria para eles mais orgulho ou cobiça, mais vaidade, tolice e desejos prejudiciais? ...Por que você teria um gasto extra apenas para trazer-lhes mais tentações e ciladas, e para transpassá-los com mais tristezas”.
A terceira regra de John Wesley era “Doe o máximo que puder”. A oferta de uma pessoa deve começar com o dízimo. Ele disse àqueles que não dizimavam: “Não há dúvidas de que vocês têm colocado o seu coração no seu ouro”. E advertia: “Isso ‘consumirá sua carne como o fogo’”! Entretanto, a oferta de uma pessoa não deve se limitar ao dízimo. Todo o dinheiro dos crentes pertence a Deus, não apenas a décima parte. Os crentes devem usar 100% de sua renda da forma como Deus direcionar.
E como Deus direciona os crentes a usarem sua renda? Wesley listou quatro prioridades bíblicas:
1. Providencie o que é necessário para você e sua família (1 Tm 5.8). O crente deve estar certo de que sua família possui suas necessidades e comodidades supridas, ou seja, “quantidade suficiente de uma comida modesta e saudável para comer, e roupas adequadas para vestir”. O crente também deve garantir que a família tenha o suficiente para viver caso haja imprevistos em relação ao seu ganha-pão.
2. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.8). Wesley acrescentou que a palavra traduzida para “vestir” é literalmente “cobrir”, o que inclui tanto moradia como roupas. “Conclui-se claramente que tudo o que tivermos além dessas coisas, no sentido empregado pelos apóstolos, é riqueza – tudo quanto estiver além das necessidades, ou no máximo, além das comodidades da vida. Qualquer um que tenha comida suficiente para comer, roupas para vestir, um lugar onde repousar a cabeça, e mais alguma outra coisa, é rico”.
3. Providencie o necessário para “fazer o bem perante todos os homens” (Rm 12.17) e não fique devendo nada a ninguém (Rm 13.8). Wesley disse que a reivindicação pelo dinheiro do crente que se seguia à família era a reivindicação dos credores. Ele acrescentou que aqueles que dirigiam o próprio negócio deveriam ter ferramentas adequadas, estoque ou o capital necessário para manter seu negócio.
4. “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10). Após o crente ter provido o necessário para a família, credores e para o próprio negócio, sua próxima obrigação é utilizar todo o dinheiro que sobrou para suprir as necessidades dos outros.
Ao dar esses quatro princípios bíblicos, Wesley reconheceu que algumas situações não são assim tão claras. A forma como os crentes devem usar o dinheiro de Deus nem sempre é óbvia. Por essa razão, ele ofereceu quatro perguntas para ajudar seus ouvintes a decidirem como gastar seu dinheiro:
1. Ao gastar o dinheiro, estou agindo como se o possuísse ou como se fosse o curador de Deus?
2. O que as Escrituras exigem de mim ao gastar o dinheiro dessa maneira?
3. Posso oferecer essa compra como um sacrifício a Deus?
4. Deus me recompensará por esse gasto na ressurreição dos justos?
Finalmente, para um crente que ainda estivesse perplexo, John Wesley sugeriu a seguinte oração antes de realizar uma compra:
“Senhor, tu vês que estou para gastar esta quantia naquela comida, naquela roupa ou naquele móvel. Tu sabes que estou agindo com sinceridade nessa questão; como um mordomo de teus bens; gastando uma porção dele desta maneira, em conformidade com o desígnio que tu tens ao confiá-los a mim. Sabes que faço isso em obediência à tua Palavra, conforme tu ordenas e porque tu o ordenas. Peço-te que isso seja um sacrifício santo e aceitável a Ti, por meio de Jesus Cristo! Dá-me testemunho em mim mesmo de que, por meio desse esforço de amor, serei recompensado quando Tu recompensares a cada homem segundo as suas obras”. Ele estava confiante que qualquer crente de consciência limpa que fizesse essa oração usaria o seu dinheiro com sabedoria.
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[i] Essa quantia equivaleria a aproximadamente 30 milhões de dólares hoje.